14.3.16

Sobre o dia que competi sozinha no psicotécnico

Dois mil e dezesseis começou e eu, achando que tinha pouco o que fazer, resolvi que ia tirar a carteira de motorista. 

Seria ótimo se:
1. Eu tivesse dinheiro para comprar um carro;
2. Eu conseguisse ir às aulas teóricas;
3. Não tivesse TCC e dissertação para terminar.

Mesmo assim decidi que seria a próxima fast and furious aqui de casa e me joguei no psicotécnico mais para provar a mim mesma que não sou maluca do que por qualquer outra coisa. Eis que o exame foi marcado e eu fui toda inocente fazê-lo. Quando cheguei na sala encontrei com mais três machos e decidi naquele momento que eu tinha algo a provar para o mundo (além do fato que eu não sou maluca, é claro): eu precisava mostrar que ~~apesar de ser mulher~~ eu ia me sair melhor que todo mundo naquele fucking teste.

Quer dizer.

E aí que depois de desenhar palitinhos, encaixar figuras, encontrar placas de proibido e acertar a ordem de cinquenta placas eu consegui. Fui pelo menos mais rápida que todo mundo e fui liberada como pessoa sã que sou para seguir adiante.

Infelizmente fui tão rápida que recebi minha liberação antes e não pude acompanhar se algum dos machos ficou para trás. Mas o que sei é que saí de lá me sentindo poderosa e já pronta para os drifts da vida.

imagem: tumblr

12.2.16

Sobre ter amigos feministas (ou pró-feministas?!)

Que são tempos difíceis para machos alfa cheios de testosterona e imbecilidade, todo mundo já sabe. Já tem um tempo que eu me sinto uma mulher vitoriosa só por fazer parte deste período histórico que estamos vivendo. Tenho vontade de voltar ao passado e esfregar na cara de cada homi-maldito que me assediou que eles falharam como ser humano, mas a sociedade está muito bem encarregada disso agora e eu acredito demais que estamos evoluindo mesmo que a passos de formiga.

imagem: tumblr

Anyway. 

O que eu queria contar hoje é que tenho um amigo feminista (ou seria apenas "pró-feminista"?!). O cara respeita as mina e sabe que o mundo está mudando. Ele apoia, sabe que a luta tem validade e faz o possível para não dar mal exemplo, digamos assim. Eis que outro dia estávamos conversando quando ele me contou que é muito difícil lidar com os machistas da firma onde ele trabalha, que quando fazem piadas, chamam mulheres de gostosas e afins, os caras que não se pronunciam são taxados de ~viadinhos~ e afins. É certo que alguns homens nessa situação vão se impor e mandar todo mundo à casa do caralho, mas nem todos são assim. Meu amigo, por exemplo, é tímido, na dele e não está sabendo lidar.

Eu já ouvi muita mulher dizendo que homem que não defende a mulher nessas horas é tão machista ou pior que os outros. Eu acredito que esse cara, mesmo sem saber como se impor, já tem um papel bem importante ao não embarcar na dos outros e, principalmente, em não repassar isso aos outros. Para mim, esse cara vai criar filhos que não vão desrespeitar mulheres e isso já é sim alguma coisa.

Agora, entendam a minha preocupação:
Os caras que são feministas também estão passando maus bocados para conseguir virar o jogo. Imaginem. Se para nós, mulheres, isso foi e continua sendo uma luta diária, agora temos também homens que não querem ser machistas e ainda não sabem como lidar com isso. Mais uma vez, vou olhar para o lado "bom" da coisa. São homens que, mesmo sem saber para que lado correr, pelo menos já sabem que não querem mais estar ao lado dos que acham que as mulheres são seres inferiores e estão aí para servir a machaiada de plantão. Isso não é bom também? No momento atual, eu acho isso o começo de uma vitória. Já temos seres humanos que compreendem e querem mudar.

É um dia lindo para ser feminista.
É uma época maravilhosa para acreditar na mudança.


Ps: Só lembrando que eu mesma sou bem nova em entender e defender o feminismo e que eu entendo o movimento como igualdade e não superioridade das mulheres - e só digo isso porque tem gente que ainda acha que o feminismo são mulheres querendo ser mais que homens, quando, na verdade, somos iguais e só queremos esse reconhecimento.

9.2.16

Sobre aproveitar o carnaval

Eu tive seis incríveis dias de carnaval. Digo incríveis porque seis dias sem ter que ir para a faculdade só podem ser coisa divina, não é mesmo?! Então que eu tinha muitos planos para esses seis dias. Jurei que teria pelo menos a introdução da minha dissertação pronta para entregar ao orientador quando retornasse com aquele sorriso de vencedora-que-largou-folia-para-trabalhar. Mas a realidade, amigos, ela é bem diferente.

Então, o que fiz nesses cinco dias até agora:

Dormi. 
E muito. Ate acordar e já na hora do almoço. Todos-os-dias.

Comi.
Muito e muita gostosura feita em casa mesmo. Olá hambúrger caseiro mais gostoso que fast food caro!

Aproveitei o ar condicionado.
É. Sem dor no coração em saber que a conta de luz vem arrebentando por aí. Foda-se, trabalho é pra isso mesmo.

Senti o arrependimento momentâneo de não ter aproveitado para estudar.
Pois é. É um ciclo vicioso: diz que vai estudar > não estuda > sente-se culpado > diz que vai estudar....

Não sai para nenhum bloco.
Sou dessas do unidos do netflix e até agora não me arrependi. Acho que isso faz parte do pacote de vinte e sete anos completos + calor do capeta no RJ.

E vocês?
Espero que estejam aproveitando da melhor maneira possível, mesmo que seja só descansando. Todos merecemos!


imagem: tumblr